Pernambuco. Estádio dos Aflitos. 16:00 horas. Dia 26 de Novembro de 2005. Jogo válido pelo Campeonato Brasileiro Série B. Náutico e Grêmio fariam ali uma das partidas mais emocionantes do futebol mundial, um jogo que ficará marcado para sempre na memória dos torcedores do Náutico e do Grêmio. Ambos com sentimentos diferentes. Aos gremistas só restou a alegria, aos alvirrubros só restou a tristeza. Antes fosse apenas um jogo normal, aquele que o time perde e o outro ganha, ou empatam, mas não, Náutico e Grêmio foi coisa de outro mundo, coisas do futebol. O futebol que sempre tem uma surpresa dentro da caixinha, o futebol que faz você se apaixonar. Náutico e Grêmio lutavam naquele ano para subir à elite do futebol brasileiro, e além desse jogo, jogavam Santa Cruz (clube rival do Náutico) e Portuguesa. A matemática era simples, se Náutico e Grêmio terminassem empatados, o Grêmio subia, mas como vice-campeão, então só a vitória restava ao Náutico. Pro Náutico era vencer ou vencer. A torcida do Náutico fazia dos Aflitos um caldeirão, e a equipe local começou com tudo pra cima dos Gremistas, tendo a chance de abrir o placar ainda no primeiro tempo, mas o jogador Bruno Carvalho cobrou o pênalti na trave, para alivio dos gremistas. Na segunda etapa de partida o Grêmio tentou partir pra cima do Náutico, mas não obteve muito sucesso, e aos 30 minutos do segundo tempo, o lateral esquerdo do Grêmio, Escalona, foi expulso por colocar a mão na bola. Com um jogador a menos, o Grêmio se retrancou para tentar conseguir apenas o empate, que até então estaria ótimo. Eis que 5 minutos depois o árbitro Djalma Beltrami marca um pênalti a favor do Náutico, este bastante duvidoso. A partir daí uma confusão tomou conta do gramado, e três jogadores do grêmio foram expulsos, a partida ficou paralisada durante 25 minutos, e a polícia teve que entrar em campo pra tentar acalmar os gremistas. O jogo retornou aos 59 minutos e o lateral-esquerdo Adhemar, foi o escolhido para cobrar o pênalti, mas Galatto defendeu com as pernas. E ali estava praticamente tudo acabado para o Náutico, o time ficou visivelmente abatido. Anderson, meio-campo e bela revelação do Grêmio naquele ano, tinha entrado no segundo tempo de jogo para se tornar o herói gremista. Depois do pênalti defendido por Galatto, o grêmio partiu pra cima do Náutico e na bobeira da zaga alvirrubra, Anderson fez o gol para o Grêmio. Aquele gol além de dar o acesso ao grêmio, deu também o título de campeão brasileiro da série B de 2005. Título que para os gremistas vale tanto quanto as suas libertadores, e isso não é exagero da minha parte, é que o diferencial desse título não é só o que ele representa para o cenário do futebol nacional, é um título que foi marcado pela raça e perseverança dos gremistas, e ali se fez o apelido de “IMORTAL”. Ao clube alvirrubro só restou a tristeza, as lágrimas, o desespero, e a vontade de voltar para a elite do futebol. Como todo clube Nordestino, o Náutico foi guerreiro e conseguiu subir no ano seguinte, mas isso é outra história. A batalha dos aflitos foi um jogo épico, onde não terá mais nenhum igual. Quem tinha o coração ruim, não conseguiu sobreviver até o fim da partida, e apesar de ter morrido, ele pode ter certeza que viu um dos jogos mais belos e mais emocionantes da história do futebol mundial.
Por Rodolpho Carvalho
Pra quem quiser lembrar do jogo, é só assistir o vídeo:
VAI TOMAR NO CU, EU TAVA NESSE JOGO, PRA QUE LEMBRAR DISSO?
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